quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

TRUFAS PARA DENISE

Atendendo a pedido de minha amiga, receita de trufas de chocolate
Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná
Atendendo a pedido de minha amiga Denise de Camargo, apaixonada por doces, em especial pelo chocolate, divido com todos receita simples de trufas, feitas a base de creme ganache duro.
O preparo requer cuidado e delicadeza. A recompensa é sabor inigualável.
Começamos, portanto, com a preparação do creme ganache. A receita que segue rende 2,27 kg.
Ingredientes
1,81 kg de chocolate escuro bem picado
960 ml de creme de leite integral
Preparo
1 Coloque o chocolate em uma tigela de aço inoxidável.
2 Leve o creme de leite até perto do ponto de ebulição suave. Despeje-o sobre o chocolate, deixe descansar por 1 minuto e misture até que o chocolate esteja totalmente derretido.
3 O ganache pode ser usado imediatamente ou tampado e guardado na geladeira, e depois reaquecido.
Fazendo trufas

1 A ganache dura tem consistência mais sólida e, quando gelada, pode ser modelada e enrolada como trufas. Raspe a ganache dura usando um movimento suave para criar trufas uniformes, coloque-as sobre un tabuleiro forrado com papel-manteiga e ponha-as na geladeira por 10 a 15 minutos, ou até que a ganache fique firme de novo.







2 Enrole as porções de ganache em bolas lisas, usandoi apenas os dedos. Leve as trufas à geladeira mais uma vez para que fiquem firmes antes de passá-las por frutos secos picados, pó de cacau ou açúcar de confeiteiro. As trufas também podem ser passadas por chocolate afinado, não só para ganhar uma camada brilhante, mas também para durarem mais.






3 Ao cobrir trufas com chocolate afinado, elas não podem ter acabado de sair da geladeira, devem aquecer-se um pouco antes de serem cobertas. Esse cuidado impede que o chocolate endurecido rache. Para revestir trufas com chocolate afinado, espalhe uma pequena quantidade de chocolate na palma da mão, passe a trufa para revesti-la com uma camada fina e regular, e coloque-a sobre uma assadeira limpa, forrada com papel-manteiga. Deixe a trufa assentar até que o chocolate tenha endurecido completamente e repita o processo.




4 Depois que a camada de chocolate afinado assentar, as trufas devem estar brilhantes, sem quaisquer rachaduras. Quando o revestimento tiver assentado, as trufas devem ser armazenadas em ambiente seco e frio. Se forem mergulhadas em chocolate afinado, certifique-se de que não toquem umas nas outras; se as manusear, use luvas e faça isso com cuidado. A superfície de chocolate afinado se estraga facilmente.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

PRYSCILA ALLA CARBONARA

A criadora de Amely prova que faz sucesso também na cozinha

Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná
Foto de Thomas Bach Nielsen do flickr
Além de Amely e outros personagens de sucesso, a talentosa Pryscila Vieira também sabe se virar muito bem na cozinha. Ela sempre prepara massas e enviou esta receita de Spaghetti à Carbonara que experimentei e é realmente deliciosa.
Ingredientes
400g de espaguete
100g de pancetta ou bacon em tirinhas
1 colher (sopa) ou azeite de oliva
1 dente de alho
4 ovos
2 colheres (sopa) de queijo pecorino ralado
2 colheres (sopa) de queijo parmigiano ralado
Sal e pimenta-do-reino preta moída na hora a gosto
Preparo
Coloque a massa para cozinhar em água fervente com sal. Enquanto isso, frite ligeiramente, em uma frigideira grande, a pancetta com o azeite e o dente de alho inteiro. Descarte o alho assim que ele dourar.
Em uma tigela, bata os ovos com uma colher de queijo pecorino e uma de parmigiano. No final, polvilhe com bastante pimenta-do-reino.
Escorra a massa quando ela estiver al dente e passe-a rapidamente para a frigideira, com a pancetta.
Deixe no fogo por alguns instantes, misturando delicadamente, até que os ovos se transformem em um creme fluido e amarelo. Polvilhe os queijos que sobraram e sirva imediatamente.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

STROGONOFF DE ANNA MARIA

Tradicional strogonoff para tradicionais encontros
Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná

Minha querida amiga Anna Maria Kluppel enviou-me receita que segue. Tradicional strogonoff para tradicionais encontros.
Strogonoff é um prato que faço para os meus filhos desde que eles eram crianças. Almoços de sábado, domingos e aniversários é pedida certa. Prefiro as receitas originais, sem muitas mudanças nos ingredientes. O importante é ter uma ótima peça de filé mignon e caprichar no molho, os dois precisam estar no ponto. E o segredo é uma dose de conhaque.
Essa é uma das mais conhecidas receitas russas, criada no século passado pelo chefe da cozinha do conde Stroganov, em honra ao qual foi dado o nome ao prato. Um pré-requisito para o sucesso desta receita é que os ingredientes não estejam muito frios. Tanto a carne quanto o molho devem descansar por várias horas depois de preparados. 
Para 6 pessoas
1kg de filé mignon
Sal e pimenta
30g de farinha de trigo
60g de manteiga
600ml de caldo de carne ou de vitelo, quente
1 colher de sopa de purê de tomate
½ colher de chá de mostarda
1 cebola grande, picadinha
4 colheres de sopa de creme de leite azedo
1 dose de conhaque
Prepare a carne com pelo menos 2 horas de antecedência. Primeiro corte-a em fatias e depois em tiras finas (cuidado, pois, se a carne for cortada muito fina, ela vai endurecer ao ser cozida). Polvilhe-a com sal e pimenta e deixe-a descansar. Enquanto isso doure a farinha na metade da manteiga e, aos poucos, adicione o caldo de carne, o purê de tomate e a mostarda; ferva tudo, passe pela peneira e, em seguida, deixe descansar.
Vinte minutos antes de servir, frite rapidamente a cebola junto com a carne no restante da manteiga (em porções pequenas, o suficiente apenas para cobrir o fundo da panela), mexendo com uma espátula.
Quando a carne estiver pronta, adicione o creme de leite azedo ao molho. Ponha tudo numa panela e feche-a bem. Usando uma chapa refratária, leve a panela ao fogo baixo por 10 minutos, para mantê-la quente. Deixe levantar a fervura e sirva.
Se preferir, o molho também pode ser feito sem a mostarda. Outra variação é acrescentar cogumelos (cortados bem finos) à cebola; neste caso eles deverão ir ao fogo separados da carne.
E bom apetite!
Anna Maria Kluppel
Designer de interiores

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

CHEF HERMES CUSTÓDIO NO CASTELO DO BATEL



O chef Hermes Custódio do Vin Bistro mudou-se para outro endereço. Agora é o responsável pela cozinha do Castelo do Batel.
No Vin Bistro, em seu lugar fica o chef Renato, que era seu braço direto.
Biografia
Natural do interior do Paraná, Wenceslau Braz, nasceu em uma família humilde, trabalhadores rurais. Entre suas tarefas diárias, estavam as lides do campo: ordenhar vacas, milho às galinhas, cuidados com a horta. E nas horas vagas, corria a ajudar a mãe a fazer pão, bolos e doces para aniversários e casamentos, atividade que completava a renda familiar.
Aos 15 anos vem para Curitiba, o menino do campo vê na cidade grande a promoção ao status de homem adulto. Foi na pia de uma cozinha, lavando panelas que a transformação começa a ocorrer, não só do menino ao homem, mas do menino ao Chef de Cozinha. A permanência como auxiliar não dura muito. Logo está a beira do fogão como aprendiz. O aprendizado não deixa tempo para cursos sofisticados de Chef ou gastronomia. O conhecimento vem dos livros, do orientação de Chefs experientes. O esforço culina com a oportunidade de trabalhar com o renomado Celso Freire no restaurante Boulervard. Oito anos de aprendizado, dos quais os três últimos como sous-chef.
A busca pela profissionalização também incluiu viagens a Itália, França, Noruegua, Suíça e Espanha, sempre buscando alimentar a paixão que surgiu na infância, no fogão a lenha, junto a mãe e se transformou em algo que o próprio Chef Hermes define: "Ser Chef é mais do que uma profissão, um trabalho. Se trata de você cuidar das pessoas, encantá-las, transformar aqueles momentos à mesa em um momento inesquecível. E para isso ser feito, no dia-a-dia, você precisa ser mais que um profissional, um trabalhador. Você precisa ser um apaixonado, não só pela gastronomia, mas pelas pessoas também. Você precisa realmente se importar com elas!"

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mudou o Natal? Mude o cardápio

Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná

Não é necessário que o cardápio do Natal repita a mesmice do peru, a gordura do pernil, o bolo rei, o panetone e assemelhados. Substitua tudo isso por um menu tipicamente francês que pode ser realizado sem provocar o break-down do anfitrião e a demissão da cozinheira.
Estas receitas estão reunidas sob o título de “Grand Menu Familier” e foi elaborado pelo antigo chef Álvaro Dubini, do Le Bec Fin, restaurante que marcou época nos bons tempos do Rio de Janeiro. Aí vai:
  • Les Scotchs Woodcock
  • Les Filets de Sole Marguery
  • Le coeur de Filet Monegasque
  • Le Parfait de Biscuit au Grand Marnier

SCOTCHS WOODCOCK

12 ovos, 120g de manteiga, sal, pimenta-do-reino (branca), 48 filés de enchovas (de preferência espanholas), 12 fatias de pão de 8 por 6 centímetros.
Bater o ovos. Temperar com sal e pimenta-do-reino. Mexê-los na manteiga até que fiquem ligeiramente corados. Cobrir com eles as fatias de pão (torradas) e formar por cima uma grade com os filés de enchovas, decorando com folhas de salsa. Servi-los numa bandeja forrada com um guardanapo em forma de flor.
FILETS DE SOLE MARGUERY
1 kg e meio de filés de linguado, 1 kg de manteiga, 150g de cebolas brancas, algumas folhas de louro e de segurelha ou de tomilho, uma garrafa de vinho branco seco, 6 gemas de ovos, 24 mexilhões, alguns camarões pequenos.
Retirar os filés do linguado e com as aletas, a espinha e a cabeça do mesmo fazer um caldo bem forte. Juntar dois copos de vinho branco, rodelas de cebolas, as folhas de louro e de tomilho (ou segurelha), um ramo de salsa, e deixar ferver durante 12 minutos. Passar na peneira fina depois de haver também acrescentado o purê dos mexilhões (que antes foram cozidos em vinho branco) e de ter deixado tudo ferver junto.
Temperar os filés de linguado com sal e pimenta-do-reino (branca) e levá-las ao forno numa assadeira untada com manteiga. Molhar com algumas colheradas do molho já mencionado e cobrir com um papel (impermeável ou de alumínio) também untado com manteiga. Fogo baixo.
Retirar os filés da assadeira quando estiverem secos e colocá-los numa travessa oval. Em cima de cada um colocar um mexilhão e dois camarões pequenos. Conservar na estufa enquanto se prepara o molho.
Juntar ao caldo mencionado a manteiga da assadeira em que foram cozidos os filés. Ferver até que o caldo esteja reduzido a um terço do seu volume. Deixar esfriar um pouco e ir adicionando lentamente, sem deixar ferver e mexendo sempre com um batedor, mais 150 gramas de manteiga derretida. Verificar o tempero, passar numa peneira, cobrir os filés e levar a travessa ao forno bem quente durante alguns instantes, para gratinar.
COEUR DE FILET MONEGASQUE
12 filés de 90g (cada um), 12 alcachofras, 12 pedaços de batata torneadas em forma de dente de alho, 12 azeitonas verdes, 150g de manteiga, 12 fatias de pão.
Temperar os filés com sal e pimenta-do-reino e levar os mesmos à grelha até que fiquem dourados. Evitar que percam sangue depois de grelhados.
Colocá-los numa travessa, sobre as fatias de pão fritas na manteiga, e completar a guarnição com alcachofras (cozidas, naturalmente), com os pedaços de batata (idem) e com as azeitonas.

PARFAIT DE BISCUIT AU GRAND MARNIER
400g de açúcar de confeiteiro, 4 gemas, 2 decilitros de Grand Marnier, 12 biscoitos champagne, 50g de geleia de damasco, 1 litro de creme de leite.
Colocar no fundo de um pirex de tamanho regular duas camadas de biscoito champagne, entremeadas com a geleia de damasco.
Levar ao fogo em banho-maria, num recipiente de cobre, as gemas, o açúcar e o Grand Marnier e bater (sem deixar ferver) até que essa mistura fique bem espumosa e o açúcar dissolvido. Continuar mexendo fora do fogo, com o batedor, até que ela esfrie por completo. Juntar então três quartos de creme de leite bem batido, misturando lentamente para manter a espuma.
Derramar tudo isso no pirex onde já se encontram os biscoitos e levar à geladeira. Quando o doce estiver gelado, decorá-lo com o resto do creme de leite batido.
Embora estas receitas nada tenham de complicadas, é sempre bom lembrar aos gourmets amadores que o dia em que se recebe convidados não é mais para experiências culinárias. Reduzam um pouco as receitas (as quantidades aqui indicadas são para doze pessoas) e façam o teste qualquer dia desses.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

LALA VIU A LULA

Receita de lula grelhada para preparar na churrasqueira
Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná

Minha querida amiga Larissa Reichmann Lobo, a quem chamo carinhosamente de Lalinha, é sábia conhecedora e apreciadora dos frutos do mar. Já foi personagem de minha coluna quando escrevi sobre o Langouste Thermidor, sofisticado prato da culinária francesa e um dos preferidos dela.
Carinhosamente, Lalinha me enviou esta receita de Lula Grelhada que é temperada com coentro, pimenta, limão e alho. O preparo é simples mas o resultado é surpreendente. Muito saboroso.
Ideal para incrementar o churrasco do final de semana.

LULA GRELHADA
A Lula
675 g de lula
2 colheres (sopa) de azeite
1 colher (sopa) de pimenta vermelha seca em flocos
sal grosso e pimenta preta em grão quebrada

O Molho5 colheres (sopa) de coentro fresco picado
4 colheres (sopa) de azeite
suco de 1 limão
1 colher (chá) de alho picado
tabasco a gosto

Modo de Preparo
Acenda o fogo da churrasqueira. Quando o carvão estiver todo aceso, as chamas já estiverem baixado e a temperatura estiver quente, a lula já pode ser assada. Embrulhe um tijolo em papel alumínio e deixe próximo a churrasqueira.
Coloque a lula em uma tigela grande, junte o azeite, as pimentas vermelha e preta e sal. Mexa delicadamente.
Misture o coentro, o azeite, o suco de limão, o alho e o tabasco em uma tijela e mexa bem. Coloque a lula sobre a parte mais quente da grelha e ponha o tijolo por cima. Asse por 2 minutos de cada lado.
Retire o tijolo e deixe assar por mais 30 segundos de cada lado, até dourar.
Fatie a lula em anéis. Misture com o molho e mexa Disponha em travessa e sirva.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

OS AROMÁTICOS DA COZINHA DA VÂNIA

Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná

Quem não conhece a cozinha da Vânia Mercer está a perder uma das melhores experiências gastronômicas da cidade. E com ela tudo começa pela escolha dos aromáticos que usa para preparar pratos saborosos e sofisticados. Ela não guarda segredos. O que segue é uma aula sua sobre o uso de alguns desses ingredientes que a humanidade foi descobrindo em séculos de experiência à beira do fogão.

O uso de vegetais aromáticos
 Os vegetais aromáticos são essenciais ao preparo das carnes de boi ou de vitelo. Seu principal papel consiste em transferir o aroma para a carne ou o molho. A mescla dos vários aromas dará as características do prato acabado. São particularmente importantes no preparo de cozidos e ensopados, métodos cuja essência reside na cocção lenta, sob calor úmido, operação perfeita para extrair e mesclar os aromas. Mas esses vegetais aromáticos também servem para enriquecer assados, grelhados e salteados. Aprenda mais abaixo como combinar as ervas para formar um bouquet garni.
A maneira de preparar os vegetais depende muito do método de cocção escolhido. A ilustração abaixo mostra vários tipos de corte, adequados a distintos pratos. Nos cozidos, convém em geral deixar os vegetais inteiros, para que não se desmanchem e turvem o caldo. Para preparar cozido costuma-se cortar ou picar vegetais e arrumá-los bem no fundo da panela, de forma que uma quantidade mínima de líquido possa cobri-los. Antes de servir, você pode substituí-los por outros, pois aqueles que foram submetidos a um cozimento prolongado perdem o sabor.
Os vegetais picados são frequentemente combinados em proporções exatas, tal como é feito em um mirepoix; nessa clássica mistura francesa combinam-se iguais quantidades de cebola e cenoura bem picadas – às vezes complementadas com salsão e outras ervas – formando-se um leito sobre o qual se coloca a carne na panela em que será cozida ou assada.

Como fazer um boquet garni





Frescas ou secas, picadas ou inteiras, as ervas aromáticas são uma contribuição valiosa para a maioria dos pratos, tais como cozidos ou ensopados. Em certos pratos convém retirar as folhas antes de servir; isto deve ser feito, por exemplo, quando se pretende obter um caldo ou molho límpido. Para facilitar a remoção, basta formar um maço firme e sólido com as ervas, amarrando-as bem com barbante. É o tradicional bouquet garni, que costuma incluir tomilho, louro e salsa, mas ao qual podem-se acrescentar o alho poró, o salsão, folhas e talos de vegetais.

Descrição dos vegetais aromáticos
Salsão
De sabor forte, um único talo basta para temperar todo um prato, ensopado ou cozido. As folhas também podem ser usadas nos casos em que o salsão for retirado antes de servir, mas não devem entrar quando se prepara um mirepoix.
Cenoura
Tradicional companheira da carne, essa raiz adocicada e colorida suporta longas horas de cocção sem chegar a se desmanchar. Se o miolo central for fibroso, deve ser retirado antes do cozimento, cortando-se a cenoura ao meio.
Nabo
Enriquece ensopados e cozidos com seu sabor picante. Quando está bem nova e macia, essa raiz pode também ser usada em guarnições; as mais velhas, que desenvolvem um centro fibroso, são mais apropriadas aos cozidos.
Alho
Pode ser usado à vontade, quando é cozido por longo tempo e depois retirado do prato pronto. Neste caso, use uma cabeça inteira, com casca. Um ou dois dentes picados ou socados são suficientes para os pratos de cozimento rápido.

Cebola 
O mais valioso dos condimentos, combina com todas as carnes e vegetais. As espécies menores e roxas, como as chalotas, são menos doces; acompanham os filés e são adequadas para o tempero de molhos.
Alho poró
É o mais suave integrante da família das cebolas, em pratos claros convém usar apenas a parte branca, reservando-se as folhas verdes para outras finalidades, tais como a composição de um bouquet garni.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

BACALHAU À CARMEN LUCIA

Brandade de morue à la ménagère
Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná
Foto de Michael Yung do flickr
Bacalhau sempre lembra Portugal. Pois, pois, há receitas francesas como esta de Paul Bocuse que são imperdíveis.
Esta Brandade de morue à la ménagère me foi enviada por Carmen Lucia, que promete prepará-la antes que este 2010 termine assim, modorrento e desolador diante dos rumos da política. Bom lembrar que Carmen Lucia viveu em Portugal por nove anos e conhece tudo da culinária luzitana. Mas isso não a impede de preparar um bom bacalhau à francesa.
Brandade é um modo de preparar o bacalhau, tradicional nas regiões francesas do Languedoc e da Provence. Além de ser condimentado com muito alho, o bacalhau deve ser bem desfiado e misturado vigorosamente ao azeite.
Para 6 a 8 pessoas
1/2kg de bacalhau salgado, demolhado por 24 horas em várias trocas de água e escorrido
200 a 300ml de azeite
1 dente de alho esmagado
6 a 8 colheres de sopa de creme de leite fresco ou leite
125g de batatas cozidas e amassadas em purê
Pimenta-do-reino branca moída na hora
Sal (opcional)
2 a 3 colheres de sopa de suco de limão
Fatias de pão, dourados na manteiga
Coloque o bacalhau escorrido e cortado em pedaços em uma panela com 3 litros de água. Quando começar a ferver, abaixe o fogo e deixe o peixe cozinhar por 10 a 12 minutos. Escorra o bacalhau. Retire a pele e separe a carne dos ossos. Desfie a carne.

Em uma panela, aqueça 100ml de azeite. Adicione o bacalhau desfiado e o alho amassado. Trabalhe a mistura vigorosamente com uma espátula ou colher de pau, até obter uma pasta fina. Diminua o fogo. Bata a pasta sem parar, adicionando o restante do azeite e o creme de leite. Junte o purê de batatas e continue mexendo, até obter uma pasta uniforme. Tempere com pimenta e, se necessário, adicione um pouco de sal. Finalmente, acrescente o suco de limão. Quando pronta, a brandade deverá ser uma pasta lisa, leve e muito branca. Sirva em uma travessa funda e arredondada, guarnecida com os pedaços de pão dourados na manteiga.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MIGNON AU POIVRE DE DEONILSON ROLDO

Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná
A culinária francesa tem imagem de sofisticação, mas muitos de seus pratos têm origem humilde, vieram de preparações simples e regionais.
Os restaurantes, que passaram a ser comuns após a revolução francesa, tiveram papel importante na evolução da cozinha francesa.
Os grandes chefs, como Escofier e Careme sofisticaram alguns pratos, entre eles o Mignon au Poivre.
O gourmet Deonilson Roldo é um dos apreciadores de um bom Mignon au Poivre que exige certos cuidados na preparação. É ele quem sugere as seguintes manhas da preparação:

1 Revestimento. Triture e espalhe a mistura que vai ser usada para cobrir os filés – neste caso, grãos de pimenta-do-reino preta e branca e pimenta-da-jamaica. Coloque cada filé sobre a mistura e pressione bem (como na foto); repita a operação do outro lado.





2 Fritura. Embora seja um método simples, requer alguns cuidados. A carne só deve ser colocada na frigideira quente quando estiver à temperatura ambiente; caso contrário, a superfície externa poderá passar do ponto antes que o interior esteja cozido.
3 Cocção. O tempo de cocção depende da espessura do bife e do ponto desejado. Um bife de 3 centímetros de espessura, por exemplo, estará malpassado quando os dois lados estiverem dourados, o que demora uns 4 minutos; se ele permanecer no calor por mais 1 ou 2 minutos ficará no ponto; e para ficar bem passado serão necessários 9 ou 10 minutos.
4 Ponto. A carne estará ligeiramente mal passada ao aparecer a primeira gota de suco vermelho em sua superfície; se for espetada com a faca e desprender um líquido rosado, estará no ponto; se o suco for transparente, estará bem passada.

Dada as dicas, vamos à receita completa.
MIGNON AU POIVRE
Para 4 pessoas
4 bifes de mignon de 2,5 cm de espessura pesando cerca de 150g cada
Sal
4 colheres (sopa) de grãos de pimenta-do-reino preta e branca e pimenta-da-jamaica
30 g de manteiga
2 colheres (sopa) de óleo
4 colheres (sopa) de Armagnac (conhaque)
250 ml de creme de leite fresco
Tempere os bifes com sal e passe-os pelos grãos de pimenta. Aqueça a manteiga e o óleo numa frigideira alta e coloque nela os bifes. Doure-os dos dois lados, entre 2 e 5 minutos. Assim que estiverem dourados, deixe cozer no ponto desejado e leve-os a uma travessa quente, escorra a gordura da frigideira e solte os restos da fritura com o conhaque. Aqueça então a frigideira e flambe o conhaque. Acrescente o creme de leite e o suco da carne, ferva e deixe engrossar. Disponha os bifes numa travessa, cubra-os de molho e sirva-os o mais rápido possível.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MOUSSAKA

Uma das preferências de Beto Richa
Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná
Esta receita de Moussaka é uma das preferidas do futuro governador Beto Richa. Donde se deduz que poderá entrar no novo cardápio do Palácio Iguaçu, que nos últimos oito anos foi de uma indigência equivalente à pobreza de espírito de seus ocupantes.
MOUSSAKA - CARNE COM BERINJELA À TURCA
Para 6 a 8 pessoas
Ingredientes
750 g de carne magra moída
1 kg de berinjelas descascadas e cortadas em rodelas com 1cm de espessura
Sal
75g manteiga
1 cebola ralada e escorrida
100 ml de purê de tomate (ou 3 tomates sem pele nem sementes, picadinhos)
2 a 3 colheres (sopa) de salsa picada
Pimenta-do-reino moída na hora
Canela em pó
150 ml de óleo
3 ovos
450 ml de iogurte batido
60 g de queijo (Kefalotiri, parmesão ou Gruyère) ralado
Noz-moscada ralada
Preparo
Salgue a berinjela e deixe-a escorrer numa peneira por 30 minutos. Doure a carne e a cebola em 60 g de manteiga. Adicione o tomate, a salsa, o sal, a pimenta-do-reino e 2 pitadas de canela. Cozinhe-os lentamente em fogo brando até que todo o líquido tenha evaporado. Deixe esfriar. Enxágue as rodelas de berinjela, esprema-as suavemente e seque-as com papel absorvente. Aqueça o óleo numa frigideira e frite as rodelas de berinjela até que estejam coradas de ambos os lados. Escorra-as e reserve-as.
Bata bem os ovos. Acrescente o iogurte aos poucos. Adicione o queijo e misture. Tempere este molho com sal, pimenta-do-reino e noz-moscada.
Preaqueça o forno a 190º C. Disponha uma camada de berinjela no fundo de uma forma refratária. Cubra-a com uma camada de carne cozida e mais uma, fina, de berinjela. Despeje por cima o molho e, sobre o molho, espalhe a manteiga restante, em flocos. Leve a berinjela com carne ao forno por 45 minutos.
Foto de Nina do flickr

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

OSTRAS GRATINADAS

Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná
Foto de Marden Nascimento

A querida amiga Vânia Mercer recomenda champagne para acompanhar ostras e alerta para não consumi-las com limão ou outro ingrediente ácido. A acidez contrasta com a bebida.
O preparo desta receita, apesar de simples, requer cuidados especiais. Por isso, algumas dicas de como escolher, abrir e higienizar as ostras.
A maioria dos bivalves pode ser aberta separando as duas metades das conchas e retirando a seguir a carne do interior. Mas antes de cozinhar ostras, mexilhões e mariscos – ou servi-los ao natural – é preciso examinar um a um, assegurando que estão vivos; dispense os que estiverem abertos, pois isso indica que já estão mortos. Quando a receita requer o cozimento dos moluscos em suas conchas ou meias-conchas, como é o caso desta, é preciso limpá-las antes.
A limpeza das conchas precisa ser feita sob água fria corrente, com uma escovinha dura apropriada.
Há controvérsias a respeito da necessidade de processos adicionais de limpeza. Alguns afirmam que os moluscos bivalves devem ser demolhados para expelir as impurezas. Isso pode ser feito em várias imersões em salmoura, preparada com 5 colheres (sopa) de sal grosso para 4 litros de água fria. Outros garantem que qualquer tipo de imersão diminui o sabor natural dos moluscos.
Seja como for, as ostras serão abertas com maior facilidade se forem colocadas na geladeira por 1 ou 2 horas, ou no congelador durante 1 hora.
Para abrir as ostras é aconselhável o uso de uma faquinha de lâmina pontiaguda, curta e resistente, e de um amplo apoio para a mão. A ponta aguçada facilita sua introdução entre as bordas espessas das conchas e o apoio da mão serve de proteção.
ABRINDO OSTRAS
1 Como abrir. Segure a ostra com um pano, mantendo o lado achatado para cima. Introduza a ponta da faca na articulação e torça-a.



2 Corte o músculo. Deslize a lâmina no interior e corte o músculo. Puxe e descarte a concha superior.



3 Separe a carne. Deslize a faca sob a carne, soltando-a da concha interior. Remova os resíduos que ficarem depositados na carne.



OSTRAS GRATINADAS
Para quatro pessoas.
De 20 a 24 ostras lavadas, limpas e deixadas em suas meias-conchas
3 colheres de sopa de manteiga
1 cebola picada
1 fatia de toucinho defumado picada
1 colher de chá de raiz-forte ralada
1 colher de chá de manjericão fresco, picado
Molho inglês tipo Worcestershire
Pimentan-do-reino branca
Sal grosso
Coloque as ostras em suas meias-conchas sobre uma camada de sal grosso. Misture a manteiga aos demais ingredientes e espalhe sobre as ostras. Asse em forno pré-aquecido a 230°C, por 4 a 6 minutos, até a manteiga derreter e formar-se uma crosta dourada. Sirva em seguida com torradas, ou fatias finas de pão preto com manteiga.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FESTIVAL BLANC E ROUGE

Dois jantares no C La Vie preparados pelo chef francês Erick Jacquin

O renomado chef Erick Jacquin estará em Curitiba nesta quarta (24) e quinta (25) para o Festival Blanc e Rouge.
O evento, que será realizado no restaurante C La Vie, traz dois jantares no formato de menu degustação com o  ardápio assinado por Jacquin.
Na primeira noite, 24, a “Blanc”, ele apresenta pratos criados exclusivamente com frutos-do-mar. Ovas de salmão, vieiras, peixes e camarões entram em cena. Na noite seguinte, 25, o tema “Rouge” traz iguarias de “terra firme”, como foie gras, magret de canard, rosbife e mignon.
Confira o menu
BLANC
Explosao de manga com ovas de salmao
Vieiras grelhadas com tutano
Robalo com escama de abobrinha e emulsao de chardonnay
Sorbet de caipirinha
Camarao roti, molho de vinho tinto, favas e bacon
Torta de limao com caviar
ROUGE
Ravioli de foie gras com emulsao de porcini
Magret de canard roti, banana caramelizada com especiarias
File mignon de cordeiro com manteiga de trufas
Rosbife de maminha com batara Maxim’s
Nougat glace com molho de damasco
 
SERVIÇO
Local: C LA VIE BRASSERIE – LOJA VINO!
Endereço: R Comendador Araújo, 970 – Batel
Custo por noite: R$ 150,00
Reservas apenas com pagamento antecipado.
Não estão inclusas bebidas e taxa de servico.
Fone: (41) 3029-9988

terça-feira, 23 de novembro de 2010

STEAK TARTAR DE MARIANNA

Duas deliciosas receitas de carne crua

Marianna Camargo, uma especialista, sempre lembra que o primeiro bocado de carne crua é quase sempre uma feliz surpresa para aqueles que não são muito dados a aventuras gastronômicas. Os dois pratos mostrados aqui são mais comuns nos restaurantes do que nos lares, mas não há nada de difícil no seu preparo. Em ambos, o fundamental é ter a certeza de que a carne é absolutamente fresca.

O bife tártaro é um prato clássico; feito à base de carne moída, ele tem lugar consagrado no paladar de muitas pessoas. Já as finas fatias de carne crua do carpaccio são uma invenção maravilhosa.

Preparar um bife tártaro consome muito pouco tempo; além disso, os acompanhamentos podem ser feitos com antecedência. Apenas a carne deve ser moída – de preferência manualmente – no último momento. Muitos cozinheiros usam filé mignon ou contrafilé – cortes caros, porém extremamente macios, a alcatra é uma alternativa um pouco menos cara e também saborosa. Mas, seja qual for o corte, não se esqueça de tirar todos os pedaços de gordura e tecido conjuntivo, pois a carne deve ser bem magra.

Um dos pratos mais festejados do Harry’s Bar, em Veneza, é uma simples combinação de finas fatias de carne crua com uma guarnição picante. Ele foi servido pela primeira vez a um privilegiado freguês, cujo médico aconselhara a comer carne crua. O prato, batizado como carpaccio, em honra ao grande pintor veneziano do século XV, é feito com carne congelada corta à máquina na espessura de uma folha de papel. Se você não tem máquina de frios, poderá martelar suavemente fatias de carne até que se espalhem em camadas muito maiores que o seu tamanho original, e tão finas que fiquem quase translúcidas.

Como para o bife tártaro, você pode usar filé mignon, ou um corte econômico, completamente limpo. Aqui foi usado um corte de alcatra, suavemente batido e amaciado com o martelo de carne, o rendimento do prato é excelente: pode-se conseguir uma dúzia de porções com apenas 500g de carne.



Bife Tártaro



1 A apresentação. Disponha porções de carne moída crua numa travessa e rodeie-se com guarnições picadas – aqui usamos salsa, alcaparras, pepinos em conserva e cebolas. Deixe os temperos à mão – sal, pimenta e azeite. Faça uma pequena cavidade em cada porção de carne e coloque uma gema de ovo.

2 Misture a carne com as guarnições. A combinação da carne com os acompanhamentos deve ser feita à mesa. Depois de escolher os ingredientes, cada pessoa mistura delicadamente os temperos com a carne, até conseguir uma associação equilibrada de sabores contrastantes.


Carpaccio



1 Corte a carne. Retire da carne crua todos os traços de gordura e tecido conjuntivo. Divida a carne em pequenos pedaços de 5mm de espessura, cortando-a no sentido das fibras.

2 Bata a carne. Besunte com azeite duas folhas de plástico e coloque uma fatia de carne entre elas. Bata com o martelo de carne de modo leve e uniforme, primeiro a carne se espalhará muito pouco, mas, à medida que ela dor amaciando, isso acontecerá mais rapidamente.

3 Retire o plástico. Coloque as folhas e a carne batida contra a luz: se puder enxergar através da carne, é sinal de que ela já foi batida o suficiente. Retire a folha superior de plástico, vire a carne sobre uma travessa e retire a outra folha.

4 Guarneça. Preencha a travessa com as fatias de carne. Enfeite a carne cruzando sobre ela filés de anchova e tirinhas de pimentão verde; acrescente também algumas rodelinhas de pimentão vermelho e salpique tudo com alcaparras e salsa picada. Sirva imediatamente. Outra guarnição possível: limão cortado em pedaços, mostarda, maionese e pão de centeio costado bem fininho.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

HADDOCK E SAUDADES DO JAMIL SNEGE

Experimente sem susto e sem preconceito

Jamil Snege preparava um haddock maravilhoso. Sempre que penso nesse prato lembro-me do Turco e de sua exigente preparação. Aqui vai uma receita que ele chegou a experimentar algumas vezes. Saboreie. Acompanhado de bom vinho. Pasme, pode ser um tinto Beaujolais Nouveau, como se degusta nos bistrôs franceses.
Experimente sem susto e sem preconceito. Não existe fórmula definitiva de peixe com vinho branco e carne vermelha com vinho tinto, ensinava o turco Jamil Snege.
HADDOCK AO CURRY
Substitua o haddock por um peixe grande com poucas espinhas, como o cação.
Para 4 pessoas
1 kg de filés frescos de haddock, divididos em quatro porções
3 colhes (sopa) de molho de Soja
1 colher (sopa) de suco de limão
500 ml de água
Sal
5 grãos de pimenta-do-reino
1 folha de louro
5 colheres (sopa) de manteiga
2 maçãs, sem casca nem sementes, em fatias
3 cebolas fatiadas e separadas em anéis
2 colhes (sopa) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de curry em pó
½ colher (chá) de tomilho moído
Lave os filés de peixe e coloque-os um ao lado do outro em um prato raso. Borrife o molho de soja e o suco de limão sobre eles, cubra o prato com papel-alumínio ou com uma tampa e deixe-os marinar por 30 minutos.
Aqueça a água em uma panela rasa. Adicione sal, os grãos de pimenta e a folha de louro. Deixe cozinhar em fogo baixo por 10 minutos. Em seguida, coloque cuidadosamente os filés de peixe na água e cozinhe-os à pochê (mantendo a água um pouco abaixo do ponto de fervura) por 10 a 15 minutos. Enquanto isso, derreta a metade da manteiga e junte as fatias de maçã. Quando estiverem douradas, transfira-as para um prato. Junte os anéis de cebola à manteiga restante na panela. Doure-os e transfira-os para um prato. Mantenha as maçãs e as cebolas aquecidas.
Quando os filés de peixe estiverem cozidos, retire-os cuidadosamente da panela, coloque-os um ao lado do outro em uma travessa aquecida e mantenha-os quentes. Coe e reserve o líquido em que o peixe foi cozido.
Derreta o restante da manteiga em uma panela e adicione a farinha e o curry, mexendo bem. Assim que a mistura estiver homogênea, junte lentamente 100 mldo líquido coado e mexa. Adicione sal a gosto e o tomilho. Deixe o molho ferver por mais 4 a 5 minutos, e então despeje-o sobre os filés de peixe. Guarneça o prato com as fatias de maçã e os anéis de cebola antes de servir.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Langouste Thermidor"

Este é um dos pratos preferidos do Nêgo Pessôa e da larissa Reichmann, revelam os seus amigos. Bom gosto. As receitas de l’ancienne cuisine que sobreviveram aos ataques modernistas estão aí há mais de século porque realmente são maravilhosas.

Duas histórias disputam a origem deste prato sofi sticadíssimo da culinária francesa. A versão da grande enciclopédia gastronômica Larousse a atribui ao chef Léopold Mourier, do Café de Paris, em 1897. Há controvérsia. Outra vertente credita a autoria ao Marie’s, restaurante parisiense que fi cava no Boulevard Saint-Denis, próximo ao Teatro de Comédia Francesa, que o teria criado para homenagear a estreia, em 1894, da peça Thermidor, de Victorien Sardou.

Basta de história, voltemos ao prato. Os franceses dizem que o molho faz a comida, o que há muito é um lugar-comum. Também é lugar-comum dizer que uma lagosta é uma lagosta. Mas quando o molho é Thermidor, a lagosta é outra coisa.

Thermidor é prato ideal para o verão que se aproxima. A receita que segue é a clássica, como exigem Pessôa e Larissa. Começa-se escolhendo duas lagostas de um quilo cada. Depois:

Langouste Thermidor

• 2 colheres de sobremesa de óleo vegetal                            
• 120 gramas de manteiga salgada
• ¼ de xícara de conhaque
• 1 ½ xícaras de cebola bem picadinha
• 3 colheres de sobremesa de farinha de trigo
• ½ xícara de vinho branco bem seco
• Sal, pimenta-do-reino
• 1 xícara de leite
• 1 colher de mostarda
• ½ xícara de queijo parmesão ralado
• ¼ de xícara de creme leve
• Miolo de pão
• 1 molho de agrião

Mata-se a lagosta cortando-se da cabeça para a cauda. Depois, abre-se a cabeça para dela retirar os olhos. Tiram-se as veias intestinais. Removem-se o fígado e o coral que haja no estômago. Removem-se as pinças grandes e pequenas tendo o cuidado de não esmagá-las.

Numa panela bem grande esquenta-se o óleo com o auxílio de uma colher de sobremesa de manteiga. Colocam-se, então, as lagostas na panela com a casca para baixo e as pinças para cima. Cobre-se a panela e deixa-se ferver durante três minutos. Depois, aquecese o conhaque e joga-se sobre a lagosta. Deixa-se ferver até que as lagostas fiquem vermelhas. Destampa-se e deixa-se esfriar.

O caldo é colocado numa frigideira juntamente com 30 gramas de manteiga. Depois de aquecer um pouco, adiciona-se cebola e tempera-se com sal e pimenta-doreino. Cozinha-se a fogo lento sem deixar que a cebola escureça. Adiciona-se o vinho e cozinha-se lentamente até que o vinho desapareça.

Derretem-se três colheres de manteiga numa panela. Depois, fora do fogo, mistura-se com a farinha. Tempera-se então, com meia colher de chá de sal e uma boa pitada de pimenta. Depois, junta-se o leite e mexe-se sobre o fogo até que engrosse e comece a ferver. Então, adiciona-se a cebola que já cozinhou. Junta-se a mostarda, o queijo ralado e o creme de leite.

Remove-se toda a carne da lagosta tendo o cuidado de não quebrar as cascas da cauda e da cabeça. Corta-se a carne e mistura-se com o molho. Colocam-se, então, as cascas da cauda e da cabeça sobre um prato de gratinar, quente, tendo o cuidado de colocar umas fatias de cenoura por baixo a fi m de evitar o contato direto da casca com o prato. Enchem-se as cascas com a mistura da lagosta com o molho e joga-se sobre tudo miolo de pão, o que restar do queijo e manteiga derretida. Deixa-se um pouco no forno ate tostar. Enfeitase o prato com umas pequenas garras, colocando-se galhinhos de agrião em cada extremidade.

Sirva e observe o que acontece com seus quatro convidados.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Vênus à mesa

Os bárbaros dirão que o viagra e a catuaba tornaram as receitas afrodisíacas desnecessárias. Enganam-se. As receitas afrodisíacas fazem parte do prazer que vai da mesa à cama e passa por todos os sentidos.

Viagra é para operários do sexo, diria Nelson Rodrigues. Comida afrodisíaca é para espíritos refinados e devemos lembrar que ela não impede o uso do viagra para quem mais o necessita.

O livro “Venus in the kitchen” tem 50 receitas coligidas por Norman Douglas, o escritor inglês que escreveu “South Wind” e que passou a maior parte de sua vida em Capri. Morreu aos 85 anos, depois de uma vida livre, tolerante e sem preconceitos. “Mal vivida” diriam juízes cuja condenação é a mais alta forma de louvor. É ilustrado por um desenho original de D. H. Lawrence, o autor de “O amante de Lady Chatterley”.

“Vênus na cozinha” combina com o tipo de vida que Norman Douglas viveu e com o personagem que criou. Foi um dos homens mais amados em Capri. Experimentou todos os tipos de amor, o que o torna uma autoridade no assunto e valoriza as suas receitas, algumas complicadas, outras ingênuas como velhos doces caseiros. Aliás, ele não acreditava muito em doces como estimulantes.

O autor de “Old Calabria”, “Fountain in the Sand”, “They Want Looking Back”, “London Street Games”, antologia proibida de limericks, não desdenhou de juntar à sua obra, sob o pseudônimo de Pilaff Bey, a coletânea de receitas afrodisíacas.

Graham Greene conta do meticuloso cuidado com que Douglas se entregou à tarefa. “O Douglas amou a vida demais para ter paciência com puritanos ou fanáticos”.

Percorri as receitas. Saborosas algumas só de serem lidas. Certos nomes de pratos soam à memória como vagas reminiscências literárias: “Hidromel”, “Taça dos Amorosos”, “Bebida para depois do Amor”, “Geleia de Cravos Vermelhos”.

As anotações à margem são pitorescas. A de chouriço à calabresa, de por água na boca, traz esta anotação: “comigo deu o resultado inverso”. Noutras apenas um “altamente recomendável” ou “realmente estimulante”.

Seus ingredientes prediletos são aipos, lagostas, camarões, caviar, aves, caças e alcachofras. Seguem algumas receitas. Bom apetite. Boa imaginação. Façam bom e pleno proveito.


Hidromel
Quando os “dog days” chegarem (em Curitiba aqueles dias de calor e umidade de janeiro e fevereiro) ponha água de fonte em uma vasilha. A três partes de água acrescente uma de mel clarificado. Despeje essa mistura em vasilhas de barro e faça com que seja mexida por quatro horas, sem parar, por suas fâmulas. Deixe-a descoberta, protegida apenas por um prato fino durante quarenta dias e quarenta noites. Então, é beber e brincar.

Miolos de Pardais
Os pardais sempre foram considerados estimulantes. Aristóteles, aqui traduzido para o latim, escrevia: “Propter nimium coito, vix tertium annum elabuntur”. Também recomendados pela escola de Salerno. Tome alguns miolos de pardais machos e metade desse número em miolos de pombos que ainda não voaram. Pegue um nabo, uma cebola e cozinhe-os em caldo de ervilhas. Corte em fatias o nabo e a cebola, ponha-os numa caçarola funda com meio copo de leite de cabra e ferva o leite até que seja quase completamente absorvido pelos legumes. Depois, ponha nesse caldo os miolos e polvilhe-os com cravo moído. Tire do fogo assim que começar a ferver e sirva quente.

Torta de testículos de boi
(Do livro de Bartolomeu Scappi, cozinheiro particular de Sua Santíssima Majestade, o Papa Pio V).
Para fazer esta torta de testículo de boi, tome quatro deles e ferva em água e sal. Desembarace-os da membrana que os cobre. Corte em fatias, polvilhe com pimenta branca, sal, canela e noz-moscada.
Prepare à parte um picadinho de rim de cordeiro, com bastante molho, três fatias de presunto magro, uma boa pitada de manjerona, timo e três cravos.
Prepare a massa para a torta. Depois, arrume em camadas no prato de torta. Primeiro uma de presunto, outra com fatias dos testículos e assim por diante. Antes de cobrir a torta, regue com um copo de vinho. Ponha no forno e sirva quente.

Lagosta à americana
A melhor receita para este prato foi dada por Charles Monselet. Tome a lagosta mais soberba e cheia de vitalidade que encontrar, corte em pedaços e jogue, ainda respirando (como?) em azeite do melhor, numa caçarola que já esteja sobre fogo forte. Acrescente sal, pimenta, alho picado, bom vinho branco, massa de tomates frescos, muito tempero. Cozinhe mais ou menos meia hora. Antes de servir ponha um pouco de consomé meio gelado e polvilhe ligeiramente com pimenta-caiena.
Monselet declara que se a mulher de Pulifar tivesse dado ao casto José esta iguaria não teria o desprazer de ter sido esnobada na histórica e memorável ocasião.
Realmente estimulante, acrescenta.


“Vulva steriles”
Aspicius dá cinco ou seis receitas desse prato no Sétimo Livro, chamado Polyteles. Os romanos eram grandes apreciadores dessa iguaria. Horácio faz-lhe o elogio na Décima-Quinta Epístola e também Plinio em sua História Natural.
Tome dessa parte da anatomia de uma leitoa, deite em molho de escabeche de vinho branco no qual foi antes cozida uma cebola picada, um ramo de aipo, uma pitada de erva-doce, pimenta em grão, um pouco de gengibre, uma pitada de açafrão e sal.
Depois de ter deixado a carne assada nessa infusão por algumas horas, retire-a e cubra-a com farinha de trigo. Ponha no fogo, numa caçarola com uma colher mal cheia de azeite e deixe dourar de ambos os lados.
Filtre o molho e de quando em quando umedeça com ele a carne. Quando estiver quase cozida acrescente o sumo de um limão ou laranja e sirva quente.

Bebida para depois do amor
Um quarto de copo de vinho madeira, um quarto de copo de Maraschino, a gema de um ovo, um quarto de copo de creme de leite e outro tanto de velho conhaque.
Sirva sem misturar. Tenha o cuidado de não deixar quebrar a gema do ovo. Deve ser tomado de um só gole.