Este é um dos pratos preferidos do Nêgo Pessôa e da larissa Reichmann, revelam os seus amigos. Bom gosto. As receitas de l’ancienne cuisine que sobreviveram aos ataques modernistas estão aí há mais de século porque realmente são maravilhosas.
Duas histórias disputam a origem deste prato sofi sticadíssimo da culinária francesa. A versão da grande enciclopédia gastronômica Larousse a atribui ao chef Léopold Mourier, do Café de Paris, em 1897. Há controvérsia. Outra vertente credita a autoria ao Marie’s, restaurante parisiense que fi cava no Boulevard Saint-Denis, próximo ao Teatro de Comédia Francesa, que o teria criado para homenagear a estreia, em 1894, da peça Thermidor, de Victorien Sardou.
Basta de história, voltemos ao prato. Os franceses dizem que o molho faz a comida, o que há muito é um lugar-comum. Também é lugar-comum dizer que uma lagosta é uma lagosta. Mas quando o molho é Thermidor, a lagosta é outra coisa.
Thermidor é prato ideal para o verão que se aproxima. A receita que segue é a clássica, como exigem Pessôa e Larissa. Começa-se escolhendo duas lagostas de um quilo cada. Depois:
Langouste Thermidor
• 2 colheres de sobremesa de óleo vegetal
• 120 gramas de manteiga salgada
• ¼ de xícara de conhaque
• 1 ½ xícaras de cebola bem picadinha
• 3 colheres de sobremesa de farinha de trigo
• ½ xícara de vinho branco bem seco
• Sal, pimenta-do-reino
• 1 xícara de leite
• 1 colher de mostarda
• ½ xícara de queijo parmesão ralado
• ¼ de xícara de creme leve
• Miolo de pão
• 1 molho de agrião
Mata-se a lagosta cortando-se da cabeça para a cauda. Depois, abre-se a cabeça para dela retirar os olhos. Tiram-se as veias intestinais. Removem-se o fígado e o coral que haja no estômago. Removem-se as pinças grandes e pequenas tendo o cuidado de não esmagá-las.
Numa panela bem grande esquenta-se o óleo com o auxílio de uma colher de sobremesa de manteiga. Colocam-se, então, as lagostas na panela com a casca para baixo e as pinças para cima. Cobre-se a panela e deixa-se ferver durante três minutos. Depois, aquecese o conhaque e joga-se sobre a lagosta. Deixa-se ferver até que as lagostas fiquem vermelhas. Destampa-se e deixa-se esfriar.
O caldo é colocado numa frigideira juntamente com 30 gramas de manteiga. Depois de aquecer um pouco, adiciona-se cebola e tempera-se com sal e pimenta-doreino. Cozinha-se a fogo lento sem deixar que a cebola escureça. Adiciona-se o vinho e cozinha-se lentamente até que o vinho desapareça.
Derretem-se três colheres de manteiga numa panela. Depois, fora do fogo, mistura-se com a farinha. Tempera-se então, com meia colher de chá de sal e uma boa pitada de pimenta. Depois, junta-se o leite e mexe-se sobre o fogo até que engrosse e comece a ferver. Então, adiciona-se a cebola que já cozinhou. Junta-se a mostarda, o queijo ralado e o creme de leite.
Remove-se toda a carne da lagosta tendo o cuidado de não quebrar as cascas da cauda e da cabeça. Corta-se a carne e mistura-se com o molho. Colocam-se, então, as cascas da cauda e da cabeça sobre um prato de gratinar, quente, tendo o cuidado de colocar umas fatias de cenoura por baixo a fi m de evitar o contato direto da casca com o prato. Enchem-se as cascas com a mistura da lagosta com o molho e joga-se sobre tudo miolo de pão, o que restar do queijo e manteiga derretida. Deixa-se um pouco no forno ate tostar. Enfeitase o prato com umas pequenas garras, colocando-se galhinhos de agrião em cada extremidade.
Sirva e observe o que acontece com seus quatro convidados.
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